Descubra quais são os melhores momentos do dia onde você pode otimizar o seu estado anabólico e construir melhores músculos!
Quando falamos em construção do músculo,
independentemente de qual seja o indivíduo, certamente ele buscará as
melhores formas, maneiras e, por conseguintes métodos que possam
otimizar as vias para que o mesmo possa atingir da maneira mais eficaz o
seu objetivo, fazendo com que não só o que seja construído se torne
aparente, mas, principalmente, permanente. Assim, entre outras coisas
que são observadas, saber qual é o momento do dia onde mais se constrói músculos é fundamental para que o enfoque no mesmo possa apresentar bons resultados.
Mas, afinal, qual é esse momento? Ele
realmente existe, ou poderíamos desmembrá-lo em outros momentos? Antes
de obtermos a resposta para esse questionamento tão importante, devemos
conhecer alguns conceitos básicos, sendo que, desta forma, analisaremos
os principais momentos do dia e chegaremos à uma conclusão.
Primariamente, conheçamos então, as duas principais vias metabólicas
generalizadas que regem o andar de todos os sistemas do corpo e que,
aliás, determina o que cada um estará realizando de função. Pasme, desde
um micro-elemento, até o que conhecemos como macro e conseguimos ver a
olhos nus.
A primeira delas é a via anabólica, ou a via de anabolismo.
Ao falarmos de “anabolismo”, pelo que se é bastante difundido, logo
imaginamos que esse termo seja referente ao ganho muscular ou, até mesmo
a substâncias sintéticas ou não que podem gerar esse efeito. E, verdade
seja dita: Isso também pode ser considerado anabolismo, apesar de não
definir a palavra. Desta forma, quando falamos de anabolismo, estamos
falando na construção, ou seja, nos processos relacionados às inúmeras
sínteses que ocorrem no metabolismo. Dentre elas, podemos citar como
exemplo, a própria construção muscular, o crescimento de tecidos,
como o ósseo, o epitélio e todos os outros, a formação do glicogênio
muscular e hepático, a formação hormonal entre tudo que se relaciona ao
termo.
Entretanto, anabolisar, apesar de,
teoricamente apenas benéfico no corpo, pode ser prejudicial também, como
por exemplo, quando falamos sobre a hipertrofia prostática ou testicular, a hipertrofia de células, gerando nódulos e/ou tumores etc.
A segunda delas, é a via catabólica, ou via de catabolismo.
E, quando falamos de catabolismo, os menos entendidos, se quer saberão
sobre o que falamos e, talvez alguns possam dizer que esse é o “período
em que perdemos músculos”. Apesar da perda muscular ser um processo
catabólico, ela também não expressa o significado da palavra que, por
conseguinte, demonstra-nos o processo de degradação ou simplesmente
destruição. Por exemplo, quando falamos do processo de perda óssea, quando falamos do processo de destruição de células de defesa, entre outros, estamos falando de vias catabólicas.
Apesar disto, as vias catabólicas não
necessariamente tem caráter unicamente ruim no nosso metabolismo, visto
que, processos como a transformação do hormônio T4 sem efetividade em T3
com efetividade, em alguns tecidos periféricos, é fundamental para sua
ação.
Sabendo então diferenciar esses
conceitos, resta-nos observar o decorrer do dia e, por conseguinte, os
processos que mais ocorrem um ou outro, decidindo assim qual é o melhor momento para a construção muscular, tornando-o então, um enfoque para a sua otimização.
O primeiro momento do dia, na realidade, não é quando acordamos, mas sim antes dele, após a 0h (meia noite), ou seja, mostrando o quão é importante estar dormindo neste horário.
Normalmente, aos que não trabalham a noite e acabam por inverter os
períodos de luz e noite, estamos bem alimentados pelo decorrer do dia,
estamos entrando em um início de relaxamento para nosso repouso noturno
e, claro, estamos começando, após algumas horas, iniciando a liberação
de alguns hormônios IMPORTANTÍSSIMOS, como o GH e uma quantidade
razoável de testosterona também. Além disso, os níveis insulínicos não
tendem a ser tão baixos como se imagina, visto que, se estamos falando
de GH, falamos de anabolismo e, por conseguinte, falamos também de algo
que necessite de energia. Logo, na verdade, apesar de PICOS de insulina
possivelmente interferirem na liberação de GH, manter os níveis
relativamente estáveis desse hormônio é não só interessante, mas,
fundamental para toda sua efetividade nos tecidos alvo. Devemos assumir,
entretanto, que após algumas horas de sono, onde já tenhamos nos
alimentado anteriormente, isto é, ainda para os que fazem essa refeição,
os níveis oxidativos do período de jejum também começam a acontecer,
gerando então, processos catabólicos. Assumamos também que, se quer
muitos conseguem exercer um bom sono ou, ao menos dormir “cedo” nos dias
de hoje, o que pode deixar o fator positivo do sono em mais desvantagem
ainda.
Já o segundo momento que pode ser considerado aqui, é o momento no qual realizamos a nossa primeira refeição.
Desta forma, após teóricas 8 horas de sono, estamos com uma glicemia
relativamente baixa, com níveis oxidativos de aminoácidos alto,
hormônios como o cortisol e o glucagon começando a se sobrepor demais a
hormônios anabólicos etc. Muitos costumam dizer que, essa é uma refeição
numa “janela de oportunidades”, visto que o corpo tenderá a rapidamente
digerir e absorver os nutrientes dispostos por sua necessidade. De
certa forma, essa velocidade até pode ser maior, mas, pensemos juntos:
Se essa é uma janela de oportunidades, então, teríamos de considerar um
estímulo anterior e, este foi o jejum. Desta forma, então seria coerente
considerarmos ficar sem comer só para abrir janela de oportunidades?
Certamente não. Portanto, mais do que uma forma de construção muscular, a
primeira refeição mostra-se mais eficiente na retirada do corpo de um estado catabólico intenso (e vale salientar o intenso, pois, o jejum fisiológico é catabólico) para um anabólico.
Durante o dia, então, passamos algumas
horas do dia em jejum e, alguns momentos, realizamos refeições que, na
verdade, podem chegar a ser digeridas em muitas horas a depender de sua
composição. Assim, na realidade, passamos grande parte do tempo com
oscilações metabólicas em períodos catabólicos (jejum fisiológico) e
anabólicos (momentos pós-prandiais, geralmente), não podendo assim dizer
que um ou outro é mais ou menos propenso ou importante.
Em terceiro momento, é importante destacar os momentos precedentes e procedentes ao treinamento.
Antes do treino, procuramos deixar o corpo em estado anabólico, ou
seja, alimentando-nos e suplementando. Por conseguinte, nos momentos de
treinamento, a intenção principal deve ser não só evitar o catabolismo,
como muitos pensam, mas evitar ao nível correto. Isso porque, devemos
lembrar que, como dito, nem todo processo catabólico é maléfico. Assim, é
fundamental, por exemplo, que geremos certos níveis oxidativos no
músculo durante o treino para que, por conseguinte, através desse
estímulo (aí sim, diferente do sono, pode ser considerado um estímulo)
para a posterior supercompensação e, então, anabolismo muscular. Mas
isso, só ocorrerá, obviamente, com uma alimentação correta após o treinamento,
que, por conseguinte é um próximo momento muito importante, no qual
devemos tirar o corpo do estado catabólico, para o anabólico. Esse
momento entretanto, não é mais utilizado como “janela de oportunidades”,
visto que os impactos e efeitos do treino podem chegar a durar dias.
Obviamente então, o momento pós-treino ao qual me refiro é mais longo do
que se pode pensar. Assim, podemos dizer que todas as outras refeições
procedentes ao treinamento também são de extrema relevância, não
tornando este momento o mais anabólico do dia, mas sim, apenas mais um
momento onde as sínteses podem sim ser aumentadas.
Então, nos resta crer que, o último momento relevante e importante do dia, é quando nos preparamos para o sono,
alimentando-nos, entrando em estado de relaxamento e, por conseguinte,
entrando em um fluxo anabólico que nos permitirá durante a noite
otimizar nossos reparos teciduais, mas, o mais importante, repousar o
corpo e a mente, que são fatores fundamentais para um bom
desenvolvimento muscular. Porém, apesar de todas essas sínteses,
quaisquer falhas energéticas podem ocorrer, visto o longo período de
jejum que passamos no sono, assim, podendo tornar esse evento
catabólico.
Ah… Isso já é brincadeira! Então, não existe um momento mais anabólico no dia?
Pois bem, como bem pudemos observar, a dinamicidade do metabolismo
é apresentada constantemente no corpo, fazendo com que todos os
processos regidos sejam equilibrados. Por exemplo: Quando falamos do
jejum, teoricamente isto é algo que nos soa ruim e catabólico, mas, ele é
fundamental, para que, durante alguns períodos, os níveis insulínicos
abaixem, não causando resistência à insulina, acúmulo excessivo de
gordura corpórea, entre outros. Além disso, é através dele que damos
início aos processos relacionados com a lipólise e outros. Se,
provavelmente o metabolismo fosse regido em todo instante apenas pela
insulina, então, teríamos pessoas excessivamente adiposas, teríamos
inúmeros problemas de saúde e, provavelmente seria impossível ter uma
vida normal.
Portanto, o que quero dizer é que não existe o momento que pode ser considerado “o mais anabólico”. E sim, podemos concluir que toda a alimentação é bastante importante para propiciarmos o anabolismo. Existem sim, alguns momentos que tem um papel mais fundamental para a manutenção do estado anabolismo e estes são: primeira refeição, pré-treino, pós-treino e alimentação antes do sono, como descritos no artigo. Portanto vale ficar de olhos abertos no que você esta ingerindo nestes horários.
Assim, programe-se sempre diariamente. Estabeleça rotinas e force-se a seguir estas da maneira mais precisa possível.
Artigo escrito por Marcelo Sendon