sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quanto mais forte, mais musculoso. Será esta a lógica?



Será que quanto mais peso uma pessoa levantar mais músculos ela irá construir? Será que esta lógica é verdadeira?

Você entra em um ginásio de musculação, olha ao redor e observa algumas poucas pessoas treinando, outras tantas realizando algum tipo de outra atividade, como conversar, sentar e ocupar aparelhos, entre outras coisas bastante “gentis” e começa a perder a conta do número de indivíduos (e incluo as mulheres aqui também) que conseguem erguer boas quantidades de peso. Aliás, quantidades essas que muitas vezes fisiculturistas profissionais não conseguem. Entretanto, também começa a contar – nos dedos – o número de indivíduos que realmente apresentam um volume muscular com bela densidade e proporcionalidade. Um paradoxo entra em sua mente, com um confusão: Como isso seria possível? Se, por um lado vemos tantos indivíduos que são capazes de realizar determinado trabalho com alta carga, então, porque não existem pessoas “a rodo” realmente “lapidadas” em seu físico nesses e em outros locais? É aí que começamos a pensar, pensar… E lembrar…
Bildunterschrift hinzufügen
Não quero parecer velho, mas, lembro-me de meu tempos de escola primária, onde eu já apresentava uma forma bastante arredondada, digamos assim, e adjacente, a qual chamava bastante a atenção, inclusive dos médicos e nutricionistas pelos quais eu passava… Enfim, apesar de todo sobrepeso, nunca tive lá grandes dificuldades na realização de atividades físicas. Logicamente, tinha minhas limitações em flexibilidade, velocidade e, claro, capacidade de VO2, mas, isso não me impedia de quase nada. Além disso, normalmente eu era o indivíduo mais forte entre os coleguinhas de idade. Talvez, pelo maior volume corpóreo e, talvez por alguma outra razão, como própria capacidade fisiobiológica. Essa força, normalmente resultava, primeiramente em respeito a mim (hahaha, brincadeira!) provavelmente das capacidades genéticas mesmo e do tipo de brincadeiras que gostava (lutas, esportes de força e assim por diante). Mas, se parássemos para observar o restante dos coleguinhas mirrados, veríamos que, apesar de menos fortes, eles possuíam um corpo relativamente mais proporcional do que o meu. E não é a toa que nessa idade, ficamos mostrando os “bicepzinhos” como “os homens fortes fazem” e os primeiros gominhos no abdômen .. Bem, tenho certeza que você já deve ter visto algo parecido ou presenciado, isto é, se não passou por algo assim, estando de um lado ou de outro.
Essa ideia “hollywoodiana” da direta e necessária associação de força e densidade/volume muscular já é implícita há anos em nossa sociedade, quando, na verdade, a coisa na prática não acontece bem assim… Mas, voltando ao assunto que nos interessa e que iniciei, sendo a ligação entre o número de pessoas fortes e o número de pessoas musculosas e “lapidadas” dentro dos ginásios, veremos o quão desigual é esse número. Então, ligando ao fato dessa concepção “hollywoodiana”, vemos a implícita forma com que pensamos que, erguendo grandes quantidades de peso, conseguiremos um alto volume muscular. Mas, espera aí, então estou dizendo que erguer quantidades grandes de peso não gera crescimento muscular? Bem… Aí entramos em um paradigma entre o sim e o não, o qual, na verdade, ambos estão corretos.
 
Quando falamos de força pura, estamos falando de condições neuroadaptativas que possibilitam um indivíduo realizar determinado trabalho que envolva a capacidade de modificar a velocidade de um corpo através do vencimento de sua inércia, podendo ou não também, causar algum tipo de deformação no mesmo.
Entretanto, quando falamos de volume muscular, estamos nos referindo ao tamanho em que um indivíduo pode chegar em condições também adaptativas, mas, mediadas por mecanismos um tanto quanto diferentes. Esses mecanismos envolvem fatores não unicamente genéticos e não unicamente fisiológicos, mas fatores relacionados a forma de vida do mesmo também. Logicamente, as condições genéticas são fatores limitantes ou possibilitantes para maior ou menor resultados e é isso que muitas vezes define alguém que cria um corpo incrível. Depois, os fatores fisiológicos, relacionados ao metabolismo e a forma com que ele é manipulado de acordo com suas diferentes respostas também contam. Estes, envolvem a forma com que ele treina, come, descansa… Por fim, os fatores externos e do meio ambiente, fazem com que, dedicação, foco e outros sejam de extrema importância para essa manipulação.
Basicamente, o crescimento muscular se dá por mecanismos hipertróficos, ou seja, pelo aumento do tamanho das células e por mecanismos que, ainda são controversos, mas, chamados de hiperplásicos, que constituem a modificação de células “inertes” ou satélites para novas células musculares, aumentando assim, não o tamanho, mas, o número de células em determinado tecido.
treino forca Quanto mais forte, mais musculoso. Será esta a lógica?
O treinamento para um indivíduo que busca força deve ser um tanto quanto diferente ao treinamento de um indivíduo que busca o aumento significativo de massa muscular. É claro que, mesmo para o aumento de força, é necessário que, através do treinamento com sobrecargas, se aumente também a massa muscular, visto que ela possibilitará um melhor desempenho, afinal, tecido contrátil faz com que isso seja possível. Mas, esse aumento não necessita ser tão aparente como no caso de um bodybuilder, por exemplo.
Já no caso do indivíduo que deseja o aumento de massa muscular de maneira significativa, a atenção para o volume e a intensidade do trabalho com sobrecargas deve ser observado cuidadosamente, pois, pouco volume/intensidade podem não gerar estímulo suficiente para que haja o crescimento e, por outro lado o excesso destes resultará em catabolismo do que anabolismo. Além disso, o fator alimentação e descanso adequados devem estar associados mais precisamente, fornecendo os nutrientes necessários e os substratos para que hajam as sínteses anteriormente citadas (hipertrofia e hiperplasia) e tempo suficiente para que elas aconteçam. Então, tudo isso já começa a nos explicar porque, nem sempre o indivíduo mais forte é necessariamente o mais musculoso… – Não é a toa que powerlifters possuem uma aparente massa muscular muito menor do que um boybuilder, salvo condições geneticamente privilegiadas como atletas de força tais quais Derek Poundstone e Mariusz Pudzianowiki.
Apesar da sobrecarga ser indiscutivelmente necessária para o crescimento muscular pelos estímulos que ela fornece, erguer pesos em grande quantidade não significará, em primeiro lugar um maior grau de crescimento muscular: Faz-se preciso que aquele músculo seja trabalhado, sofra contrações específicas, sofra microlesões. Acontece que, na maioria dos casos que vemos, a preocupação em levantar peso, supera o enfoque no músculo alvo. O resultado é que recrutamos muito mais mecanismos do corpo e muito mais estruturas (inclusive, de maneira incorreta, o que pode acarretar em uma bela lesão) do que do próprio músculo.
Conclusão:
O trabalho muscular para a hipertrofia deve ser especificamente avaliado e realizado de maneira adequada, não se importando unicamente em erguer grandes cargas, mas, de associar o treinamento que gere estímulos hipertróficos e hiperplásicos com uma fornecimento de substratos necessários para que ocorra a hipertrofia e hiperplasia de maneira adequada através de um tempo necessário, ou seja, do descanso.
Portanto, sempre que entrar em um ginásio com o intuito de construir massa muscular, pense em trabalhar o músculo de maneira correta e não, simplesmente em erguer grandes quantidades de pesos.
Bons treinos!
Artigo escrito por Marcelo Sendon

domingo, 21 de outubro de 2012

Qual o momento do dia onde mais construo músculos?


Descubra quais são os melhores momentos do dia onde você pode otimizar o seu estado anabólico e construir melhores músculos!

Quando falamos em construção do músculo, independentemente de qual seja o indivíduo, certamente ele buscará as melhores formas, maneiras e, por conseguintes métodos que possam otimizar as vias para que o mesmo possa atingir da maneira mais eficaz o seu objetivo, fazendo com que não só o que seja construído se torne aparente, mas, principalmente, permanente. Assim, entre outras coisas que são observadas, saber qual é o momento do dia onde mais se constrói músculos é fundamental para que o enfoque no mesmo possa apresentar bons resultados.
Mas, afinal, qual é esse momento? Ele realmente existe, ou poderíamos desmembrá-lo em outros momentos? Antes de obtermos a resposta para esse questionamento tão importante, devemos conhecer alguns conceitos básicos, sendo que, desta forma, analisaremos os principais momentos do dia e chegaremos à uma conclusão.
 
Primariamente, conheçamos então, as duas principais vias metabólicas generalizadas que regem o andar de todos os sistemas do corpo e que, aliás, determina o que cada um estará realizando de função. Pasme, desde um micro-elemento, até o que conhecemos como macro e conseguimos ver a olhos nus.
A primeira delas é a via anabólica, ou a via de anabolismo. Ao falarmos de “anabolismo”, pelo que se é bastante difundido, logo imaginamos que esse termo seja referente ao ganho muscular ou, até mesmo a substâncias sintéticas ou não que podem gerar esse efeito. E, verdade seja dita: Isso também pode ser considerado anabolismo, apesar de não definir a palavra. Desta forma, quando falamos de anabolismo, estamos falando na construção, ou seja, nos processos relacionados às inúmeras sínteses que ocorrem no metabolismo. Dentre elas, podemos citar como exemplo, a própria construção muscular, o crescimento de tecidos, como o ósseo, o epitélio e todos os outros, a formação do glicogênio muscular e hepático, a formação hormonal entre tudo que se relaciona ao termo.
Entretanto, anabolisar, apesar de, teoricamente apenas benéfico no corpo, pode ser prejudicial também, como por exemplo, quando falamos sobre a hipertrofia prostática ou testicular, a hipertrofia de células, gerando nódulos e/ou tumores etc.
A segunda delas, é a via catabólica, ou via de catabolismo. E, quando falamos de catabolismo, os menos entendidos, se quer saberão sobre o que falamos e, talvez alguns possam dizer que esse é o “período em que perdemos músculos”. Apesar da perda muscular ser um processo catabólico, ela também não expressa o significado da palavra que, por conseguinte, demonstra-nos o processo de degradação ou simplesmente destruição. Por exemplo, quando falamos do processo de perda óssea, quando falamos do processo de destruição de células de defesa, entre outros, estamos falando de vias catabólicas.
Apesar disto, as vias catabólicas não necessariamente tem caráter unicamente ruim no nosso metabolismo, visto que, processos como a transformação do hormônio T4 sem efetividade em T3 com efetividade, em alguns tecidos periféricos, é fundamental para sua ação.
Sabendo então diferenciar esses conceitos, resta-nos observar o decorrer do dia e, por conseguinte, os processos que mais ocorrem um ou outro, decidindo assim qual é o melhor momento para a construção muscular, tornando-o então, um enfoque para a sua otimização.
O primeiro momento do dia, na realidade, não é quando acordamos, mas sim antes dele, após a 0h (meia noite), ou seja, mostrando o quão é importante estar dormindo neste horário. Normalmente, aos que não trabalham a noite e acabam por inverter os períodos de luz e noite, estamos bem alimentados pelo decorrer do dia, estamos entrando em um início de relaxamento para nosso repouso noturno e, claro, estamos começando, após algumas horas, iniciando a liberação de alguns hormônios IMPORTANTÍSSIMOS, como o GH e uma quantidade razoável de testosterona também. Além disso, os níveis insulínicos não tendem a ser tão baixos como se imagina, visto que, se estamos falando de GH, falamos de anabolismo e, por conseguinte, falamos também de algo que necessite de energia. Logo, na verdade, apesar de PICOS de insulina possivelmente interferirem na liberação de GH, manter os níveis relativamente estáveis desse hormônio é não só interessante, mas, fundamental para toda sua efetividade nos tecidos alvo. Devemos assumir, entretanto, que após algumas horas de sono, onde já tenhamos nos alimentado anteriormente, isto é, ainda para os que fazem essa refeição, os níveis oxidativos do período de jejum também começam a acontecer, gerando então, processos catabólicos. Assumamos também que, se quer muitos conseguem exercer um bom sono ou, ao menos dormir “cedo” nos dias de hoje, o que pode deixar o fator positivo do sono em mais desvantagem ainda.
Já o segundo momento que pode ser considerado aqui, é o momento no qual realizamos a nossa primeira refeição. Desta forma, após teóricas 8 horas de sono, estamos com uma glicemia relativamente baixa, com níveis oxidativos de aminoácidos alto, hormônios como o cortisol e o glucagon começando a se sobrepor demais a hormônios anabólicos etc. Muitos costumam dizer que, essa é uma refeição numa “janela de oportunidades”, visto que o corpo tenderá a rapidamente digerir e absorver os nutrientes dispostos por sua necessidade. De certa forma, essa velocidade até pode ser maior, mas, pensemos juntos: Se essa é uma janela de oportunidades, então, teríamos de considerar um estímulo anterior e, este foi o jejum. Desta forma, então seria coerente considerarmos ficar sem comer só para abrir janela de oportunidades? Certamente não. Portanto, mais do que uma forma de construção muscular, a primeira refeição mostra-se mais eficiente na retirada do corpo de um estado catabólico intenso (e vale salientar o intenso, pois, o jejum fisiológico é catabólico) para um anabólico.
cafe ronnie coleman Qual o momento do dia onde mais construo músculos?
Durante o dia, então, passamos algumas horas do dia em jejum e, alguns momentos, realizamos refeições que, na verdade, podem chegar a ser digeridas em muitas horas a depender de sua composição. Assim, na realidade, passamos grande parte do tempo com oscilações metabólicas em períodos catabólicos (jejum fisiológico) e anabólicos (momentos pós-prandiais, geralmente), não podendo assim dizer que um ou outro é mais ou menos propenso ou importante.
Em terceiro momento, é importante destacar os momentos precedentes e procedentes ao treinamento. Antes do treino, procuramos deixar o corpo em estado anabólico, ou seja, alimentando-nos e suplementando. Por conseguinte, nos momentos de treinamento, a intenção principal deve ser não só evitar o catabolismo, como muitos pensam, mas evitar ao nível correto. Isso porque, devemos lembrar que, como dito, nem todo processo catabólico é maléfico. Assim, é fundamental, por exemplo, que geremos certos níveis oxidativos no músculo durante o treino para que, por conseguinte, através desse estímulo (aí sim, diferente do sono, pode ser considerado um estímulo) para a posterior supercompensação e, então, anabolismo muscular. Mas isso, só ocorrerá, obviamente, com uma alimentação correta após o treinamento, que, por conseguinte é um próximo momento muito importante, no qual devemos tirar o corpo do estado catabólico, para o anabólico. Esse momento entretanto, não é mais utilizado como “janela de oportunidades”, visto que os impactos e efeitos do treino podem chegar a durar dias. Obviamente então, o momento pós-treino ao qual me refiro é mais longo do que se pode pensar. Assim, podemos dizer que todas as outras refeições procedentes ao treinamento também são de extrema relevância, não tornando este momento o mais anabólico do dia, mas sim, apenas mais um momento onde as sínteses podem sim ser aumentadas.
Então, nos resta crer que, o último momento relevante e importante do dia, é quando nos preparamos para o sono, alimentando-nos, entrando em estado de relaxamento e, por conseguinte, entrando em um fluxo anabólico que nos permitirá durante a noite otimizar nossos reparos teciduais, mas, o mais importante, repousar o corpo e a mente, que são fatores fundamentais para um bom desenvolvimento muscular. Porém, apesar de todas essas sínteses, quaisquer falhas energéticas podem ocorrer, visto o longo período de jejum que passamos no sono, assim, podendo tornar esse evento catabólico.
Ah… Isso já é brincadeira! Então, não existe um momento mais anabólico no dia?
Pois bem, como bem pudemos observar, a dinamicidade do metabolismo é apresentada constantemente no corpo, fazendo com que todos os processos regidos sejam equilibrados. Por exemplo: Quando falamos do jejum, teoricamente isto é algo que nos soa ruim e catabólico, mas, ele é fundamental, para que, durante alguns períodos, os níveis insulínicos abaixem, não causando resistência à insulina, acúmulo excessivo de gordura corpórea, entre outros. Além disso, é através dele que damos início aos processos relacionados com a lipólise e outros. Se, provavelmente o metabolismo fosse regido em todo instante apenas pela insulina, então, teríamos pessoas excessivamente adiposas, teríamos inúmeros problemas de saúde e, provavelmente seria impossível ter uma vida normal.
Portanto, o que quero dizer é que não existe o momento que pode ser considerado “o mais anabólico”. E sim, podemos concluir que toda a alimentação é bastante importante para propiciarmos o anabolismo. Existem sim, alguns momentos que tem um papel mais fundamental para a manutenção do estado anabolismo e estes são: primeira refeição, pré-treino, pós-treino e alimentação antes do sono, como descritos no artigo. Portanto vale ficar de olhos abertos no que você esta ingerindo nestes horários.
Assim, programe-se sempre diariamente. Estabeleça rotinas e force-se a seguir estas da maneira mais precisa possível.
Artigo escrito por Marcelo Sendon

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aeróbio em jejum: Vale a pena fazer?


Aeróbio em jejum, muito utilizado por quem quer perder gordura corporal. Será que vale a pena utilizar deste tipo de exercício?

Se existe um assunto polêmico não somente entre os bodybuilders de alta performance, mas também, aos simples praticantes de musculação no âmbito esportivo é o aeróbio em jejum. Assunto esse que possui inúmeras controversas e, ao mesmo tempo inúmeros indícios sobre sua eficácia e também a respeito dos possíveis malefícios, principalmente quando feita de maneira inadequada.
O aeróbio em jejum constitui no exercício físico sem uma prévia alimentação. Entretanto, quando falamos em jejum, não podemos nos esquecer que existem diversas formas de jejum. Entre as principais, podemos citar o jejum fisiológico normal, que para a maioria de nós significa o período em que ficamos sem comer entre as refeições frequentemente realizadas em torno de 3h em 3h, o jejum intermitente, como por exemplo o utilizado em dietas como a Lean Gains, na qual o indivíduo fica sem comer por períodos bastante superiores a 3h ou 4h, supercompensando a alimentação depois e o jejum prolongado, que geralmente é caracterizado em períodos iguais ou maiores a 12h, normalmente causando a depleção de grande parte das reservas de glicogênio tanto hepático quanto muscular. Bioquimicamente ainda, o jejum pode ser classificado pelos níveis de glicemia sanguínea. Vale salientar que, por exemplo, um indivíduo que está a 2 ou 3 dias ingerindo APENAS proteína e, principalmente em baixas quantidades, também pode ser considerado um indivíduo que está em jejum, apesar de compostos poderem entrar na gliconeogênese no metabolismo, porém, isso acontecerá com mais facilidade se eles estiverem em quantidades um pouco maiores no corpo.
Como dito, o exercício em jejum normalmente está envolvido com um jejum “médio”, pois, geralmente não dormimos mais do que 12h e, ao mesmo tempo, não caracteriza-se como aeróbio em jejum aquele exercício realizado apenas poucas horas depois da última refeição, principalmente se ela tiver boas quantidades de glicídios.

A prática do aeróbio em jejum nos dias de hoje, acabou tornando-se extremamente frequente e, até mesmo utilizada de maneira não intencional por diversos indivíduos. Isso porque, não é infrequente entrarmos em qualquer ginásio de musculação nas primeiras horas do dia e observarmos pessoas que levantaram da cama, tomaram um banho (ou não) e foram direto para academia, SEM COMER NADA, seja por falta de tempo, preguiça ou outro motivo. Para quem acompanhou os últimos Mr. Olympia que Jay Cutler estava em atividade, pôde reparar em seus relatos no seu site a realização de sessões de 40 minutos de cardio pela manhã pré-alimentação todos os dias (inclusive nos que não treinava com pesos). Um outro “relato” ou uma outra exposição do aeróbio em jejum são nos DVDs de Dexter Jackson que também realizava tal prática (em sessões de 30 a 35 minutos) antes de uma refeição composta por aveia e peixe. Entretanto, ao que parece, o aeróbio em jejum, principalmente entre os bodybuilders de elite vem se tornando cada vez mais frequente, apesar de que, com pesquisas recentes, essa prática é totalmente refutável. Mas, afinal, o aeróbio em jejum pode ou não funcionar?
Primeiramente, entendendo a lógica básica de se realizar um exercício em jejum é que, supostamente, com níveis de glicogênio baixos no corpo (lembrando que o glicogênio é nossa reserva primária de energia em forma de carboidratos) a tendência será do metabolismo alternar para outras vias energéticas, recrutando outros compostos para servirem como fonte energética. Entre eles, a gordura armazenada nos adipócitos, causando assim, obviamente, uma diminuição no percentual de gordura corpórea. Além dela, ainda contamos com a utilização de substratos proteicos, em especial os aminoácidos gliconeogênicos. E são justamente estes dois lados da moeda que nos fazem refletir sobre a eficácia ou sobre o fracasso da realização de aeróbios em jejum.
O fator que deve primordialmente ser levado em consideração é que a individualidade fisiobiológica é a principal causa e a principal razão para decidir se você deve ou não realizar esse tipo de exercício. Indivíduos, por exemplo, que possuem extrema facilidade em ter hipoglicemias, indivíduos ectomorfos que possuem altíssimo gasto energético e indivíduos com algum tipo de doença podem não se beneficiar muito com esse exercício, principalmente se quiserem tentar obter alta intensidade no mesmo.
Por falar em intensidade, esse é outro fator que deve largamente ser considerado. Alguns grandes nomes do fisiculturismo, como o professor Waldemar Guimarães, não consideram nem um pouco conveniente a realização de exercícios em jejum com alta intensidade. Isso porque, seguindo essa linha de pensamento, estaremos recrutando mais a parte de miofibrilas para obter a intensidade alta, possibilitando assim um catabolismo muscular maior ou que não deveria se quer acontecer, enquanto com atividades de baixa intensidade e média duração, conseguimos recrutar, caso haja, o glicogênio restante dos músculos e então fazer com que o metabolismo alterne para outras vias energéticas, consumindo assim a gordura estocada. Outros nomes tais quais Skip La Cour já não consideram pelo simples fato de que é praticamente impossível aplicar uma intensidade tão interessante quando não se possui energia para tal. Aliás, isso vai de encontro a algumas pesquisas que mostram uma maior eficácia na queima de gordura em exercícios de alta intensidade e curta duração, porém, com o indivíduo alimentado (isso, por processos hormonais, processos enzimáticos, entre outros). Ao que tudo indica, de fato isso é mais real, uma vez que devemos lembrar que tanto os ácidos graxos como alguns aminoácidos, ou seja, substratos proteicos, são recrutados simultâneamente quando há falta de glicogênio no corpo, injustificando que aconteça primeiro uma via e depois outra. Portanto, por questões teoricamente óbvias, o mais indicado no caso do exercício em jejum seja a baixa/média intensidade, visto que a máxima será impossível de ser realizada nessas condições fisiológicas.
Creio que, a duração do exercício aeróbio em jejum pode ser relativo de pessoa a pessoa, de acordo com a sua necessidade de perca e sua resistência. Se um indivíduo necessita perder mais, então, mais aeróbio, se necessita perder menos, então, menos aeróbio. Não existe um tempo que possa ser afixado para isso, porém, quanto menor ele for, melhor será para o indivíudo e, claro, as chances de algo dar errado também são bem menores e passam a aumentar conforme o tempo também se decorre. Por conseguinte, ainda insisto que um exercício relativamente curto já é mais do que suficiente e, o restante é muito mais seguro e teoricamente eficaz, sabendo manipular a dieta de maneira apropriada para a perda de gordura.
Em uma palestra no Brasil, no momento de “mesa redonda do evento” quando o grande professor Fernando Marques perguntou ao nutricionista de atletas como Jay Cutler, Chris Aceto, sobre a realização de aeróbios em jejum, a respeito da eficácia ou não e, claro, a respeito da preferência da maioria dos bodybuilders (visto que grande parte não é mesmo fã do exercício aeróbio em si e, portanto, realizando logo nas primeiras horas do dia, estariam livre do mesmo). Ele então respondeu que, o aeróbio em jejum segundo alguns pontos de vista não é eficaz pelo catabolismo muscular e, porque no final das contas o que realmente fará a diferença não é o momento que se realiza o aeróbio, mas sim, o balanço energético (distribuição de calorias e também de macronutrientes) da dieta. Analogicamente, ainda explicou que muitas vezes, alguns consideram que, por exemplo, o consumo de carboidratos que deveria ser hipoteticamente de 30g em uma refeição, pouco importaria a fonte, desde que ela fosse condizente uma com a outra (por exemplo, em um comparativo com inhame, arroz ou batata e, logicamente, não estamos aqui falando que o consumo de 30g de sacarose representa o mesmo impacto fisiológico no corpo do que o consumo de 30g do amido da batata doce), mas que, se ultrapassasse ou faltasse, não seria conveniente. O mesmo resultaria em um aeróbio feito em jejum, alimentado, de manhã, a tarde ou a noite.
Mas, digamos o indivíduo opte por realizar o exercício aeróbio em jejum. Ok, o fato é que muitos cometem um erro que considero CLÁSSICO antes dessa prática: Ingerir alguns suplementos alimentares como BCAAs ou até mesmo a Glutamina. Apesar de anticatabólico, no caso dos BCAAs, por exemplo, a L-Leucina possui efeitos na insulina, ou seja, ela estimula a secreção insulínica que é totalmente antagônica a lipólise. A glutamina, por sua vez, é um aminoácido glicogênico, ou seja, facilmente pode ser substrato para a transformação em glicose. Isso, sem contar aqueles que ainda acreditam que ingerir um shake de whey protein antes do aeróbio em jejum pode ser menos catabólico para o exercício, esquecendo que proteínas também podem ser fonte de energia, injustificando então sua ingestão pré-treino em jejum. Portanto, se aeróbio é para ser realizado EM JEJUM, que seja EM JEJUM,ou seja, apenas com água no estômago, talvez alguns termogênicos e/ou estimulantes e não fugimos muito disso.
Conclusão:
O exercício aeróbio em jejum pode ser eficaz para algumas pessoas, devido as suas condições de treinamento e, principalmente as suas condições fisiobiologicas. Além disso, a intensidade deve ser levada em consideração, visto que normalmente não é possível realizar exercícios aeróbios totalmente em jejum (principalmente se prolongado), com máxima performance.
Aeróbio em jejum é EM JEJUM, portanto, suplementações energéticas (mesmo aminoácidos) não devem ser utilizadas.
Por fim, o que principalmente resultará em uma queima eficaz de gordura não é o fazer ou não aeróbio em jejum, mas sim, o fato de conseguirmos balancear a dieta seguindo nossas necessidades individuais, e o treinamento a fim de obtermos um déficit energético suficiente para que, ao mesmo tempo que percamos gordura, consigamos também manter a massa muscular.
Lembre-se: Toda a prática de exercícios físicos deve ser prescrita e acompanhada por devidos profissionais bem orientados a fim de evitar quaisquer tipos de prejuízos. Jamais inicie algum deles sem a devida orientação!
Artigo escrito por Marcelo Sendon

Principais erros cometidos no treinamento de bíceps


Conheça os principais erros cometidos no treino de bíceps a aprenda a não cometê-los!

O bíceps é um dos músculos mais visados para a hipertrofia pelos praticantes de musculação, pois como ele fica no braço é facilmente visível, despertando bastante interesse. Muitas pessoas, aliás, costumam associar o tamanho dos braços com “bíceps”, porém, o bíceps na verdade tem a função mais de dar qualidade, shape e altura aos braços do que tamanho, propriamente dito, visto que quem faz grande parte do trabalho de volume é o tríceps.
Porém, ao mesmo tempo que se treinam os bíceps, muitos erros também são cometidos. Erros esses que prejudicam o desenvolvimento do músculo e em casos mais extremos podem acarretar lesões. Vamos conhecer então alguns desses erros e corrigi-los, para obter o máximo de resultados.
 
O principal erro visto no treinamento de bíceps é a falta de um movimento feito por completo. Talvez, não há nenhuma parte do corpo na qual o treino feito com amplitude completa de movimento seja tão necessário. Você irá matar o exercício assim acabando amplitude do movimento se fizer coisas como mexer demasiadamente os cotovelos ou deixá-los muito para trás e, portanto, não fazendo uma posição bastante ampla no exercício.
Outro erro comum é trazer o peso até uma altura elevada e depois diminuir a contração do músculo. Quando o peso está próximo demais da altura do queixo, os ossos e as articulações que estão suportando a maior parte do esforço. Para manter os músculos realmente trabalhados, você terá que contrair forte, ou ele permanece frágil e não flexionado e você não está mantendo-o sob o esforço necessário. Assim você nunca vai ter um bíceps completo, rígidos e grossos se relaxar no topo do movimento de rosca.
1 – Amplitude do movimento
O principal erro visto no treinamento de bíceps é a falta de um movimento feito por completo. Acabando com a amplitude do exercício o mais isolado possível, você irá matar o mesmo, tirando toda sua eficácia.
É bem prudente que não de complete a extensão dos cotovelos na execução de roscas, tanto porque dependendo de como isso for feito, você acaba perdendo a contração muscular, além de que o risco de rompimento de fibras e mesmo de lesão no cotovelo é evidente. Porém, vejo muitas pessoas realizando movimentos pela metade, ou não buscando o encurtamento máximo das fibras o que também é errado.
Se você quer máximo de estresse na musculatura, então procure manter a contração máxima na fase positiva do exercício e descer quase que por completo e, quando estiver a flexão mínima dos cotovelos, suba as barras ou alteres novamente.
2 – Meio exercício
Outro erro bastante freqüente é vermos indivíduos com muito peso, realizando movimentos de subida relativamente bons, mas não controlando a descida e, literalmente despencando a barra ou halter. Isso, em primeiro lugar, no possibilita um controle da flexão mínima dos cotovelos antes da nova contração, facilitando um choque e uma lesão. Em segundo, você não valoriza a briga com a gravidade, realizando apenas metade do exercício. Sempre procure manter o controle do peso que está levantando. Lembre-se que acima de levantar peso, o seu objetivo é construir músculos.
3 – Treinar mais ombros do que bíceps
É evidente que exercícios como rosca direta e rosca alternada solicitam os deltóides anteriores por sua própria natureza. Acontece, que muitos aproveitam esse estímulo e mais realizam força com o ombro do que com os próprios bíceps. Aliás, esse é um fator evidente do porque conseguimos realizar repetições com mais peso na rosca alternada em pé do que na rosca com banco inclinado 45º. Então, se você realmente visa o trabalho nos bíceps, procure manter uma pequena projeção dos cotovelos perto do corpo e para trás. Isso faz com que os deltóides não impulsionem a barra para frente e o trabalho dos mesmos seja bem menor do que o foco do exercício, que são os bíceps.
arnold roubando treino biceps Principais erros cometidos no treinamento de bíceps
4 – Muito treino, pouco descanso
Os braços em um geral, envolvendo bíceps e tríceps, principalmente são músculos pequenos, que são usados sinergicamente em diversos outros grupamentos musculares e, para completar tudo, entram em overtraining rapidamente. O ideal são 2 ou no MÁXIMO 3 exercícios para o bíceps. Em muitos casos, apenas 1 exercício já dá conta do recado, se bem executado. Tanto porque, diferente do tríceps, onde é possível enfocar as 3 cabeças, no bíceps, pouco se tem a enfocar, não passando do bíceps, propriamente dito e de alguns seguimentos braquiais, que já são trabalhados com exercícios como rosca direta. Todavia, alguns insistem em séries com infinitos exercícios e repetições altas… E eu não sei pra que!
Como se não fosse o bastante, você ainda treina costas (assim espero) e utiliza os bíceps em remadas, pulldowns, pull-ups etc. Isso é, sem contar os deltóides, na remada alta, o peito do crucifixo que, dependendo de como executado, também acaba pegando um pouco dos bíceps… Imagine todo esse monte de treinamento, aliado a não descansar ou a treinar assinergicamente, como, por exemplo, treinar costas na com tríceps na segunda-feira e Deltóides com bíceps na terça-feira… Nem mesmo um usuário de EAs suportaria tanto estresse e, assim, os resultados seriam certamente comprometidos.
Seja bastante prudente ao volume e preconize-o pouco.
5 – Esquecer exercícios unilaterais
Muitas pessoas gostam de barras. E isso é uma opção. O problema é que além dos estímulos serem mais variáveis utilizando as barras, mas também os halteres, conseguimos enfocar em possíveis desníveis musculares de um lado para o outro. E, particularmente o que mais se vê por aí são indivíduos com os lados desiguais.
Quando falo de exercícios unilaterais, não digo somente roscas alternadas, por exemplo, mas exercícios que você solicita simultaneamente ambos os lados, mas de maneira unilateral, como na rosca simultânea, ou rosca cruz com polia alta.
Não seja negligente e saiba variar o treino também!
6 – Rosca direta em todos os treinos
Tudo bem, a rosca direta pode ser considerada a mãe dos bíceps, ou o exercício fundamental para construção dos bíceps. E devo dizer que nos primeiros meses, ou anos, ela deve sim estar bastante presente nos treinos de bíceps. Acontece que ela também necessita ser substituída por outros exercícios, pois, o corpo necessita de outros estímulos. Você pode tentar variações como em um treino básico de rosca direta e rosca concentrada, trocar por rosca alternada e rosca concentrada no Scott e, assim por diante. Lembre-se que, assim como trocamos os exercícios auxiliares, algumas vezes, os básicos necessitam de folga também.
Conclusão:
Utilizando dicas básicas no treinamento de bíceps, você conseguirá melhores resultados, fazendo então com que a manipulação do treinamento gere resultados de acordo com seus objetivos.
Artigo escrito por Marcelo Sendon

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Panturrilha, abdômen, antebraços e trapézio: Os músculos incompreendidos

Entenda melhor como treinar estes quatro músculos e e quais os métodos para se obter um bom resultado.

As diferentes diretrizes que existem na musculação fazem parte de princípios básicos pelos quais seguem não unicamente as necessidades individuais de cada um, mas também as composições básicas que formam cada grupamento ou cada músculo específico do corpo humano.
Obviamente, as particularidades devem ser o principal fator a ser observado, entretanto, antes que ele assim possa ser, primariamente, deve-se seguir o que há de mais lógico nas aplicabilidades que decorrem de parâmetros científicos, ou seja, já pré-estabelecidos segundo estudos realizados. Um claro exemplo disso é, por exemplo, os inúmeros métodos que temos para treinar os bíceps. Normalmente, a maioria deles com um certo grau de volume, não priorizando por repetições baixas. Isso porque, os bíceps são músculos mais resistentes do que relacionados com a força, devido a seus tipos predominantes de fibras musculares. Mas, e quando olhamos para o tremendo desenvolvimento nos bíceps de atletas tais quais Mike Mentzer, o qual costumava treinar bíceps com poucas repetições, poucos exercícios e, por conseguinte com pouquíssimo volume? Apesar de que, verdade seja dita, muitos de nós se quer estamos aptos para treinar quaisquer partes de nosso corpo como ele (visto que fazendo isso com nossos humildes bíceps, no dia seguinte, provavelmente acordaríamos com a intensa sensação de que eles não estão em nossos braços), entretanto, mesmo o observando, isso fugiria a lógica científica, portanto, esta é apenas um ponto de partida.
 
Bem, mas vamos ao que realmente interessa: Como podemos trabalhar de maneira eficaz as panturrilhas, o abdome, os antebraços e o trapézio? Estes, são normalmente músculos de grande resistência, porém, muitas vezes treinados de maneira não só inadequada, mas repetitiva e inalternada também. Isso os faz sofrer leis não só adaptativas, mas, principalmente os faz estagnar em um grau longe de progressão.
Segundo, novamente, princípios científicos, esses músculos regidos por fibras de resistências, recebem melhor estímulo e, por conseguinte, consegue-se uma melhor efetividade de treino, através de repetições moderadamente altas e com um possível maior volume. E, digamos que em partes isso é verdade. Porém, existe o outro lado da moeda: E quando isso não é mais suficiente?
Observado um dos fundamentos hipertróficos e, por hora, hiperplásicos também, vemos que a intensidade e a adaptação são fatores que andam em paralelo, em ordem crescente direta. Isso quer dizer que, quanto maior for a adaptação do músculo para dado estímulo, maior deverá ser a intensidade. “Ah, então fica fácil! Se faço 8 repetições com 8kg, então, terei de fazer 9 ou 10 para o próximo treino representar um progresso.” Não, certamente não! Volume está longe de ser sinônimo de intensidade. “Então subo o peso e tento realizar o mesmo número de repetições?” Também não necessariamente, visto que cargas não são o único fator capaz de estimular a musculatura… Vamos, como diria Jack Estripador, por partes:
Lembra-se que falei que os diferentes músculos fazem com que diferentes diretrizes de treino possam existir? Pois bem, se isso é mesmo verdade, então podemos aproveitar inúmeros diferentes modos de treinar, aproveitando o máximo e o mínimo de cada músculo.
Como bem dito, os músculos são PREDOMINANTEMENTE de uma composição, mas, isso não quer dizer que eles sejam UNICAMENTE de uma composição, não é mesmo? Apesar da variabilidade que há, se seguíssemos a lógica de que um músculo é um músculo composto por X material de Y forma, então teríamos de ter exatamente um tipo de treinamento para cada um deles, o que seria inviável. E, se isso fosse mesmo verdade, não veríamos corpos inteiramente desenvolvidos seguindo um determinado método, não é mesmo?
Os trapézios, as panturrilhas, os antebraços e o abdome, são talvez os músculos que mais são dignos de treinos pecadores. Isso porque acredita-se que esses músculos só funcionarão com treinos volumosos. Para se ter noção, já vi certos profissionais da área de educação física, jurar de pés juntos que um treino de força para panturrilhas, deve envolver PELO MENOS 12 repetições. Além de belas risadas, mostrei na época meus gêmeos de 46cm (o que também não é muito, mas, enfim comparado aos dele de 32cm…) e disse que, costumava treinar com 4, 5, 6 repetições, em média. Claro, atingindo mais reps forçadas ou ajudadas, se conseguisse.
Pois bem, mas se eu disse que o cainho para a progressão não é aumentando o peso e tampouco aumentando o número de séries/repetições/volume, então, o que fazer?
panturrilha musculo incompreendido Panturrilha, abdômen, antebraços e trapézio: Os músculos incompreendidos
Diretamente solução para o problema, creio que dois cainhos básicos devem s seguidos:
- O primeiro deles, é a intensidade. Visto que, como eu disse, apesar de procurar uma média de repetições entre 4-6, eu não poderia desconsiderar, se fosse capaz, mais repetições, afinal, a adaptação é sinal de estagnar, caso não progridamos ou não tentemos superar aquela barreira. “Colocar um prego na parede é diferente de afundá-lo por completo na parede.”
A partir de que, conseguisse essa média de repetições, então, aí sim, buscaria o progresso de carga.
- O segundo deles e, talvez mais importante, além de ser o principal, é a busca por periodização. Se todos os músculos possuem características mescladas, apesar das características predominantes e individuais deles, então sempre valerá a pena o estímulo de diferentes maneiras ao mesmo, isto é, devemos aproveitar o máximo do que eles podem oferecer. Se, músculos pequenos como os antebraços e os gêmeos já podem apresentar essas características, imagine então grupamentos grandes como as pernas e os dorsais. A mescla certamente é MUITO grande.
Por exemplo, é o caso dos músculos que levam o título do artigo. Mesmo possuindo fibras predominantemente relacionadas com a resistência, estes também possuem fibras brancas, as quais podem ser estimuladas da forma como propus aquele “profissional” antes citado que me condenou ao treinar gêmeos com 4 repetições. Já os dorsais, por exemplo, responderiam teoricamente com treinos mais relacionados a força máxima. Entretanto, o que teria de errado, em períodos, treiná-los também com um pouco mais de volume (você leu bem: UM POUCO mais de volume e não fazer um treino aeróbio com os mesmos!!!).
Portanto, os melhores caminhos sempre serão a intensidade máxima aliada a periodização de treinos. Lembre-se que, treinar o ano todo da mesma forma é não só deixar de dar estímulos diferentes, mas também, em alguns casos, do acarretamento de lesões (principalmente se treinarmos força máxima o ano todo) ou de desgaste muscular excessivo e overtraining (no caso de abuso de volume, por exemplo).
Da mesma forma que comemos diferentes alimentos para propor diferentes nutrientes ao corpo, devemos propor também, diferentes modos de treinar!
Bons treinos!
Artigo escrito por Marcelo Sendo

domingo, 30 de setembro de 2012

Tendinite: sintomas, diagnóstico e tratamento desta inflamação


Se você sofre com a tendinite, este artigo vai lhe ajudar a diagnosticar e procurar o melhor tratamento. Se não sofre, aprenda a prevenir-se!

Como um complexo de ligamentos, as estruturas que compõe o sistema locomotor do corpo animal e, consequentemente do corpo humano, não envolvem apenas os ossos, que, na grande realidade não tem função de mobilidade, mas, principalmente estrutural, possibilitando então que, com o auxílio de seus ligamentos, articulações, encaixes, nervos, entre outros sejam possíveis os infinitos movimentos que realizamos dia-a-dia, conscientemente ou inconscientemente.

Uma dessas principais estruturas presentes no sistema locomotor, é justamente uma estrutura mole. Seja uma espécie de cordão de fibras ou uma simples fita fibrosa que é um tipo de tecido derivado do tecido conjuntivo. Essas fibras ainda, podem ser divididas em subclasses conhecidas como as colágenas, elásticas ou reticulares. Finalmente, após as classificações básicas teciduais, temos resultantes os conhecidos “tendões”.
 
Se o real responsável pelo movimento de um braço, por exemplo, não são os ossos que os compõe, então, qual estrutura nos possibilita isso? Quem pensou “tendão” passou perto, mas, errou. Na grande realidade os tendões auxiliam sim neste processo, inserindo-se ao osso e em uma próxima estrutura, bastante conhecida por nós: Os músculos. O exercício muscular que é transmitido ao osso ou ao conjunto de ossos, possibilitando os movimentos é então, por conseguinte, justamente essa ligação, ou, o Tendão.
Porém, diante do enfraquecimento dessa estrutura tão importante, seja ela por N motivos, pode-se passar a desenvolver um processo inflamatório na mesma, o que é conhecido como Tendinite.
Esse processo inflamatório é principalmente decorrente, em primeiro lugar, de uma mesma movimentação continua e/ou excessiva, seja em intensidade, durabilidade ou em ambos. Entretanto, o excesso dessa situação parece não ser o único grande responsável por causar esses danos: Lesões, doenças relacionadas ao sistema imunológico (auto-imunes) doenças sistêmicas, neuropatias e outros também contribuem largamente para que isso se desencadeie.

Fique atento aos sintomas e ao diagóstico!

A tendinite normalmente começa silenciosa, assim como grande parte de algumas doenças. Entretanto, apesar de muitas vezes desconsiderarmos importantes sinais do corpo, faz-se necessário que atentemo-nos aos principais indícios que podem nos cogitar uma possível hipótese de tendinite. Entre os principais sinais ou sintomas estão a vermelhidão local, dor ou excesso de sensibilidade próximo ou na articulação envolvida, dores excessivas, principalmente no frio e no período noturno, diminuição da força local, etc.
Obviamente, por pequenas dores, dificilmente alguém procuraria ajuda médica e, claro, devemos ser um tanto quanto sensatos a isso, entretanto, vale lembrar que aos sintomas mais fortes, um prognóstico e, consequentemente um diagnóstico médico é fundamental. Entre os exames mais comuns feitos por um ortopedista estão os de imagem como a radiografia, o ultrassom ou uma ressonância magnética, sendo que a necessidade e a complicação já existente de cada caso irá definir os melhores caminhos.
Individualizando o tratamento de acordo com as necessidades de cada paciente, o médico pode optar por tratá-lo de inúmeras maneiras: primariamente, com aplicações de frio ou calor, seguido de imobilizações através de suportes, como uma tipóia, através da utilização de antiinflamatórios, de injeção de medicamentos esteróides, fisioterapias e, em tempo, algum tipo de cirurgia para casos graves.
Solucionando o problema, ou pelo menos reduzindo sua intensidade então, no período de recuperação, sugere-se que as funções que o indivíduo pratica e que envolvem movimentos repetitivos ou muito desgaste para aquela região sejam significativamente reduzidas, ou, simplesmente tiradas de consideração. Porém, caso isso não seja possível, o mesmo indivíduo pode vir a correr problemas mais sérios, tais quais o rompimento daquela região afetada e perda de força/sensibilidade.

As principais formas de prevenções e a musculação aliada a isto:

As recomendações que faz-se para alguém com tendinite, ou também, para evitar que haja uma inflamação em outros produtos da marca são: Evitar movimentos repetitivos, fazer trabalhos de flexibilidade a fim de sempre manter-se bem, procurar um bom modo de se aquecer antes de atividades físicas, porém, lembrando sempre que esse aquecimento jamais deve interferir negativamente, por exemplo, na realização de um exercício ou treinamento com o máximo de intensidade.
Já a musculação pode ser uma grande aliada na prevenção e no auxílio do tratamento: Se bem nos lembrarmos, a mesma possui efeitos relacionados a sínteses nas mais diferentes estruturas do corpo, fazendo assim com que, inevitavelmente essas estruturas passem a sofrer certa mitose, o que, por conseguinte pode significar renovação celular. Logo, isso pode vir a ser benéfico nessas regiões. Mas, claro, não espere milagres sem uma boa alimentação e, claro, treinamentos coerentes bem elaborados por um profissional que entenda bem de biomecânica. A musculação ainda, envolve movimentos de encurtamento, mas também, de movimentos de alongamento. Isso torna-se útil pelos motivos já citado anteriormente.
Dica rápida: Não confunda tendinite com bursite
Apesar de muitas vezes serem extremamente parecidos, serem processos inflamatórios, existem pequenas diferenças marcantes entre as duas doenças: Na tendinite, há uma inflamação que se caracteriza apenas por vermelhidão, dor e calor no local afetado. Já a bursite, envolve uma bolsa de líquidos na região afetada. Essas bolsas normalmente localizam-se onde há tendões e músculos que passam por cima de um determinado osso.
Assim, por conseguinte, é necessário diferenciá-las para que então seja possíve a escolha do melhor método para tratamento, inclusive e principalmente os relacionados a termoterapia visto que aplicações de calor ou frio fazem com que os vasos da região afetada se dilatem ou simplesmente se constrinjam. Portanto, o auxílio médico é indispensável.
E então, agora que você conhece a tendinite, vale a pena, aos primeiros sintomas e sinais, buscar auxílio médico, a fim de sempre minimizar a série chance de complicações.
Bons treinos!!
Artigo escrito por Marcelo Sendon

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dica rápida: Treine o corpo sempre por igual


Entenda por que definir uma metodologia de treino que se aplique ao corpo todo é essencial para o desenvolvimento muscular como um todo.

Durante o tempo que passamos em um ginásio de musculação, passamos a desenvolver habilidades maiores e menores em alguns músculos geneticamente projetados para serem daquela forma de maneira individual e singular e, claro, passamos a desenvolver também nossas preferências por esse ou aquele grupamento muscular, por esse ou por aquele exercício ou forma de execução específica e assim por diante. Não é a toa que, se bem observarmos, temos culturistas com deltóides mais “shapeados”, mas, sem boas panturrilhas, outros que possuem ótimos quadríceps, mas deixam a desejar com os tríceps, outros que possuem bom trapézio, mas, possuem o abdome dilatado demais etc. E, talvez seja mesmo isso que torne a musculação um esporte tão interessante e singular. Essas inúmeras formas que temos de obter resultados a faz um esporte totalmente diferente e atípico.

Porém, durante o desenvolvimento dessas preferências e, por hora também desses desenvolvimentos específicos é absolutamente normal que acabemos por inconscientemente dar melhor ênfase nesses grupamentos que temos não só mais facilidade, mas também, maior preferência também. Quem, por exemplo, por gostar do treino de peitorais não se anima mais ao treinar os mesmos e, por não gostar do treino de dorsais vai para a academia apenas por necessidade de fazê-lo? Por mais que você dê seu 100% no treino de dorsais, sempre tenderemos a ter um “101%” no treino de peitorais. Mas, não vejo isso como um erro e sim como algo um tanto quanto inevitável. Por conseguinte, isso, pode, se feito por longos períodos, causar um grande desnível entre a simetria de um shape “ideal”. Além do mais, se estivermos falando especificamente de algumas formas de treinamento, a coisa pode se tornar mais séria ainda.
 
Bem, vamos explicar um pouco melhor o que quero dizer: Suponhamos que um indivíduo tenha uma enorme facilidade e um ÓTIMO desenvolvimento dos membros inferiores, em especial os quadríceps e as panturrilhas, não dispensando, por hora, os glúteos, femorais e toda região posterior das pernas. Suponhamos que esse mesmo indivíduo, em contrapartida, também tenha não só dificuldade, mas também, uma necessidade de melhor desenvolvimento do peitoral e dos tríceps. Diante disso, imaginemos que, um treino de pernas para essa pessoa pode ser extremamente e, por mais intenso e dedicado que também seja o treinamento de peitoral e/ou tríceps, sempre teremos essa tal diferença.
Então, esse indivíduo opta por fazer treinamentos de força para o peitoral, com treinos tensionais, técnicas que o possibilitem buscar um aumento de força e, claro, consequentemente na hora de trabalhar unicamente para a hipertrofia, obter melhor performance, afinal, a força não é o principal fator que o fisiculturista deve se preocupar, mas, certamente ela é um fator bastante importante.
Já para as pernas, como ele possui ótimo desenvolvimento, passa a fazer treinamentos metabólicos, visando então uma especialização naquela musculatura.
Aparentemente, não há nada de errado. Nos parece óbvio que, se ele possui já um volume adequado, pode então começar a especializar aquele grupamento, melhorando qualidade, densidade, cortes etc. Porém, isso é só uma mera aparência mesmo…
Quando fazemos isso, basicamente temos dois problemas principais:
O primeiro deles é o fator dietético. Visto que o treinamento do fisiculturista no decorrer do offseason e do onseason muda pouco, sendo sempre o mais intenso possível , então isso já não justifica o fato de “treinarmos de duas formas” no mesmo período. É como relembrar aquela velha história de perder gordura e hipertrofiar a musculatura de maneira significativamente grande: Paradoxal por completo. Assim, se determinados treinos requerem necessidades dietéticas diferente, não podemos alterar dia-a-dia o protocolo dietético de maneira tão significativa assim, a não ser que estejamos falando de algum tipo de ciclo entre nutrientes, como normalmente ocorre com os carboidratos.
Bem, se lembramos então disso, começa a não ser tão lógico como em primeira vista fazer um tipo de treino para uma parte do corpo e outro para outra. Isso pode vir a dar certo? Até pode, mas não é algo recomendável. Flex Wheeler é um bom exemplo que isso deu certo, visto que o atleta fazia treinos extremamente volumosos para as pernas e treinos muito mais curtos para os membros superiores e tinha ótimo desenvolvimento. Enfim…
Porém, para a maioria de nós mortais, isso realmente tende a não dar nem um pouco certo. Se pensarmos que o corpo funciona sinergicamente e que a musculação em si não é um trabalho que possa envolver um único músculo, mas, uma gama deles, contanto os músculos principais em um movimento, seus auxiliadores, o sinergismo entre outros músculos, os estabilizadores, etc, veremos o quão importante é que possamos treinar o corpo efetivamente da mesma forma. Complexo? Basicamente, o que quero dizer é que, quando treinamos peitorais, por exemplo, os deltóides são músculos que participam ativamente da maioria ou se não se todos os movimentos que envolvem aquele treinamento. Assim, por mais força que busquemos em um treino de peitorais, sem deltóides fortes (e, claro tríceps fortes) fica difícil atingir o objetivo inicial. Assim, fará também necessário que busquemos treinamentos de força no dia de deltóides e, por conseguinte, no dia de tríceps também. Do contrário, não só o objetivo não é alcançado, mas, o eu é pior, podemos acabar por acarretar lesões ou desníveis musculares.
Uma coisa é especializar determinada musculatura que já é melhor desenvolvida em nosso corpo juntamente com o mesmo método de treino que estamos usando no corpo inteiro, outra bem diferente é usar diferentes métodos na mesma época para as diferentes partes do corpo, lembre-se disso!
Conclusão:
Apesar da importância de dosar uma simetria muscular e desenvolvimento completo e, por igual do corpo, faz-se necessário com que tenhamos cuidado ao buscar diferentes métodos de treino para as diferentes partes do corpo. Mais do que, simplesmente escolher formas diferentes de treinar cada músculo, é necessário que eles, de maneira combinada acompanhem uns aos outros nos treinamentos, visto a necessidade que há da sinergia que ocorre entre os diferentes grupos durante uma sessão de musculação.
Além disso, se, teoricamente e inconscientemente temos maior preferência por determinado grupamento, a tendência é que o treinemos com uma altíssima intensidade e foco, por isso, de alguma forma, buscar uma motivação extra para os grupamentos que menos temos preferência de treinar, é fundamental para garantir o máximo de intensidade em todos os treinos.
Bons treinos!
Artigo escrito por Marcelo Sendon