Conheça o que são enzimas digestivas e como funcionam no processo de digestão dos alimentos!
No metabolismo
dos mais diferentes seres vivos presentes nas Terra, normalmente uma
reação ou uma cascata de reações demoraria tempos absurdamente grandes
para ocorrer, isto é, se fosse possível que elas ocorressem sem
quaisquer fatores que estimulassem.
Sabiamente, esses metabolismos criaram maneiras de catalisar ou acelerar esse processo, afinal, imagine o que seria dos organismos vivos se em um momento de necessidade de respiração,
ou até mesmo fornecimento de energia, tivessem de esperar dias, meses
ou até anos para que as reações acontecessem… Certamente, não haveria
vida. Essa forma de catálise principal hoje é conhecida como ENZIMA.
Uma enzima é uma proteína modificada,
normalmente de caráter terciário que possui uma conformação diferente
que a possibilita fazer com que determinadas reações possam acontecer de
maneira extremamente específica a cada substrato (substância em que a
enzima age). Assim, por sua espcificidade, dificilmente encontraremos
enzimas que agem no mesmo substrato. Ela basicamente é a responsável
todo o andamento do metabolismo. A enzima basicamente
possui efetividade em seu sítio ativo, ou seja, a parte da enzima que se
encaixa de fato com o substrato, possibilitando que a reação aconteça.
Além
disso, para que uma enzima possua uma atividade relativamente
interessante, é necessário que a mesma se encontre em estados ideais de
pH e temperatura, evitando que ela seja inativada ou desnaturada,
fazendo com que ela perca sua efetividade.
Uma
enzima pode ser modulada positivamente ou negativamente em seu sítio
alostérico, na medida em que os fatores negativos inibirão sua ação e os
positivos, melhorarão sua ação. Além disso, podemos considerar o
aumento da atividade enzimática de acordo com a concentração do substrato, visto que, quanto mais enzimas, melhor será a reação, na melhoria dos casos.
Um dos grandes problemas que nós bodybuilders
enfrentamos é mesmo a dieta. Sem sombra de dúvidas e, se fizermos uma
enquete, a maioria dos atletas dirão que a parte mais tormentosa do
processo de construção muscular é mesmo a dieta. Pense que comer algo
gostoso em demasia, já causa um desconforto extremamente grande (Vise a
feijoada do final de semana, ou a pizza da sexta feira a noite, por
exemplo). E isso, porque estamos falando de apenas uma refeição. Agora,
imagine ter de comer, pasme, 8 ou 12 vezes ao dia algo extremamente
funcional e muitas vezes intragável e em grandes quantidades. E sim, os
períodos de jejum são algo fisiologicamente importantes, mas, muitas
vezes nem a isso o bodybuilder pode se dar ao luxo, visando um ambiente
anabólico dentro de seu corpo. O resultado é mesmo um desconforto
infernal na região gastrointestinal. Além disso, essa superlotação torna
cada refeição mais tormentosa. Aliado a isso, ainda temos a maldita
dilatação estomacal, o refluxo (principalmente aos que sofrem deste
problema), o peso, a fermentação, a sonolência…
Se pararmos para pensar no mínimo que falamos sobre enzima,
já dá para entender que, em alguns casos, a superlotação ou a “má
digestão” pode estar acontecendo simplesmente pela relação maior de
concentração de substrato em consideração a quantidade de enzima.
Obviamente, fica difícil um esvaziamento gástrico e consequentemente uma
digestão rápida se estamos com dificuldade em catalisar as reações
ainda no estômago, não é mesmo?
Pois
bem, quando ingerimos um alimento, as enzimas, como em quase todos os
processos que acontecem no corpo é um fator fundamental. Ainda na boca, a
amilase (enzima) é responsável por começar a catalisar
as reações que irão digerir o amido. Porém, a mesma é inativada assim
que chega ao estômago, pelo auto pH do ambiente. Do estômago em diante,
outras enzimas produzidas por diversos órgãos como o pâncreas começam a
participar do processo de digestão, mas agora, não somente do amido, mas
de outros nutrientes. Como principais enzimas no trato
gastrointestinal, podemos citar as proteases como a pepsina, tripsina (quimiotripsina), carboxipeptidasee a e b (responsáveis pela digestão protéica, com as diferentes proteínas, lípase para a digestão dos lipídios e carboxilases, para a digestão dos carboidratos
e uma grande gama, possibilitando assim a absorção dos nutrientes nos
enterócitos, com exceção de alguns nutrientes que ultrapassam as paredes
gástricas, por exemplo).
Assim, como já dito, quanto maior for o fluxo de alimentos
e quanto maior for esta quantidade, mais propensa será a relação
inversa de concentração enzimática e concentração de substratos,
dificultando a digestão. Aliás, algum tempo atrás descobri que isso, na
prática fazia tanta diferença que interferiria diretamente nos
resultados. Com uma dieta próxima de 6000Kcal, a perda de peso cada vez
mais era freqüente. A sensação de estômago mais lotado a cada refeição
era fator deprimente e limitante para a ingestão de alimentos. Era
realmente um inferno, pra falar a verdade. Exames foram feitos e nada
com relação a diabetes ou falta de insulina, deu positivo. Foi aí que um
velho amigo nutricionista propôs o uso de enzimas, mais precisamente de
pancreatina, um composto enzimático de digestão de proteínas, carboidratos e lipídios (presente lípases, proteases e amilases).
Junto ao produto, foram adicionados alguns miligramas de dimeticona
também. A dose, obviamente não deixarei clara para que não haja
quaisquer tipo de influência, mas ela chegou a 8X a dose máxima recomendada pelo fabricante do produto. Brutal? Não, pois resolveu!
A
impressão que se tinha após comer era de que o estômago estava
satisfeito. Nem com fome e nem com sensação de superlotação. O peso
estabilizou-se , finalmente.
É sempre importante conferir um médico
antes de usar qualquer composto exógeno, tanto porque este produto, no
Brasil, não se encontra mais em farmácias, salvo sob manipulação e,
claro, com receita. Todavia, lá fora (pra variar) isto é de livre
comércio e por um preço 4 ou 5X mais barato do que no Brasil (pra variar
também).
A importância de se ter uma
digestão é extremamente importante e pode ser eficaz quando de alguma
forma ela está prejudicada. Consulte seu médico e, caso este seja o
caso, não negligencie jamais. Certamente, isto fará a diferença!
Bons treinos e boas refeições livre de desconfortos.
Artigo escrito por Marcelo Sendon
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