Você sabe o que é periodização do treinamento e por que o mesmo deve ser adotado na musculação?
Nós
sabemos que o corpo humano se projetou nos milhares de anos de evolução
para adaptar-se o mais facilmente as mais diferentes condições
proporcionadas pelo seu meio. É muito fácil perceber isso, ao entrar em
uma piscina gelada e, minutos depois conseguir resistir a temperatura
que se estabiliza com o meio. Ou até mesmo, indivíduos que vivem em
condições climáticas muitas vezes superior as próprias temperaturas
aceitáveis ao corpo humano. Como podemos observar, são muitos os
mecanismos de equilíbrio encontrados pelo ser humano para manter-se de
acordo com o ambiente.
Por essa teoricamente fácil adaptação é que, dentro dos esportes, buscamos sempre estímulos diferentes
em intensidades diferentes. Em primeira instância, porque isso
possibilita o sistema neuromotor do atleta não adaptar-se a um estímulo
e, assim, progredir sempre com diferentes formas de estímulos. Em
segundo lugar, porque isso é uma maneira preventiva de overtraining e lesões. Saber periodizar o treino é manter-se na intensidade máxima, dentro de padrões aceitáveis pelo corpo. E claramente isso é importante e, faz a diferença.
Se pararmos para analisar o quão é importante a periodização dentro dos esportes,
podemos analogicamente comparar a periodização como a massa de um bolo.
É justamente ela que promoverá a sustentação do recheio, da cobertura e
dos enfeites. Ela é basicamente o alicerce para que tudo isso possa
acontecer sem desmoronar. Agora, imagine que um bolo fosse unicamente a
massa. Teria tanta graça? Provavelmente não…
[ad#2]Bem, vamos entender primeiramente o que é a periodização, não é mesmo?
Como
o próprio nome disse, são períodos montados ou pré-estabelecidos.
Dentro desses períodos, encontramos diversos métodos de treinamento e,
claro, diversos estímulos diferentes. Assim como, por exemplo, se
comermos um ou dois tipos de alimento, ficaremos deficientes por
nutrientes, se dermos um único estímulo ao músculo, ele tenderá a
acostumar-se também e, ficar carente por resultados (que na verdade é
muito conveniente ao corpo).
Acontece que ao falar de periodização grande parte das pessoas acreditam que isso trata-se apenas de mudar o treino. Mudar as séries, distribuição dos exercícios
ou até mesmo os exercícios. E, em parte elas não estão erradas. Mas,
simplesmente não posso considerar uma periodização um sistema ABC2X por
semana que se tornou ABCDE com exercícios diferentes, porém com as
mesmas técnicas, o mesmo número de séries, o volume muito parecido…
Sinceramente, isso trata-se de mudança de divisão de treino e não
periodização, propriamente dita.
Você
já reparou em treinamentos de powerlifters? Não, eles não buscam um
corpo como nós fisiculturistas, mas, eles buscam resultados dentro da
área deles. E para isso, eles precisam progredir, correto? Progressão
essa que é feita da que considero a maneira mais inteligente. Não é
porque eles são basistas ou atletas de força que eles terão de,
necessáriamente treinar com suas 1RM o ano inteiro. Aliás, isso seria
suicídio do ponto de vista biomecânico e ortopédico. A sobrecarga,
principalmente em regiões específicas, seria absurdamente grande. Além
de que, basistas contam com o uso quase que o tempo todo de grupamentos
musculares que levam um certo tempo para se recuperar, seja pelo tamanho
do grupamento, ou por sua complexidade. É o caso das pernas ou até mesmo da região lombar, por exemplo.
Para os que bem repararam em treinos de basistas, eles realizam periodizações visando os mais diferentes aspectos ao ano: Força
máxima, hipertrofia, treinamentos de equilíbrio, treinamentos
tencionais, treinamentos com enfoque na fase excêntrica, treinamentos
com enfoque na fase excêntrica etc etc etc.
Para nós fisiculturistas, essa periodização
não seguirá o mesmo esquema, obviamente. Mas poderíamos entender dentro
de um sistema periódicos espaços para força, hipertrofia, diminuição do
percentual de gordura, descanso etc etc etc (sim, o descanso TAMBÉM faz
parte do treinamento).
Mas é difícil
fazer as pessoas entenderem que isso é importante. Além de que grande
parte desses “esportistas” ainda julgam o volume muito mais importante
do que a intensidade e a qualidade. O resultado é uma grande parcela de
lactato, íons de H+ e falta de resultados, do que músculos, propriamente
ditos!
Quando falo sobre
periodização, muitos acham isso uma grande besteira. E pior: Acreditam
ser uma loucura, alguns métodos não convencionais de treinamento, mas,
devemos admitir que essas pessoas na verdade não estão é aptas e muito
menos de mente aberta para aderir as propostas. Acontece que para uma
boa hipertrofia, há necessidade de treinamentos de força. Para que haja
força, há necessidade de uma boa musculatura… Para que haja proporção
com o restante do corpo, há necessidade de um corpo relativamente
definido em com qualidade muscular… E assim por diante…
Mas estou falando, falando… E ainda não disse sobre como pode ser uma periodização dentro do bodybuilding.
Entre muitas outras periodizações, podemos tentar a anual, que é a que
acho mais coerente e que é adotada por grandes atletas como Evan
Centopani, Jonnie Jackson e outros. Basicamente, ela consiste em dividir
os anos nas seguintes fases: Força e explosão, força máxima, hipertrofia muscular, redução do percentual de gordura, correção de pontos.
Necessariamente
elas não necessitam ter a mesma duração, claro. E também podem entrar
em uma adaptação pela qual o atleta preferir, levando em consideração
seus fatores biológicos, seus fatores fisiológicos, a data do
campeonato…
Fique sempre atento a sua periodização,
então. Isso evitará quaisquer tipos de lesões, evitará a adaptação pelo
corpo e possibilitará o máximo de performance do corpo como um todo,
visando ótimos resultados satisfatórios.
Um exemplo de tipo de periodização dentro da musculação é este: Tipos de Periodização no Treinamento
Bons treinos!
Artigo escrito por Marcelo Sendon
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