quinta-feira, 29 de março de 2012

A importância da periodização do treinamento

Você sabe o que é periodização do treinamento e por que o mesmo deve ser adotado na musculação?

Nós sabemos que o corpo humano se projetou nos milhares de anos de evolução para adaptar-se o mais facilmente as mais diferentes condições proporcionadas pelo seu meio. É muito fácil perceber isso, ao entrar em uma piscina gelada e, minutos depois conseguir resistir a temperatura que se estabiliza com o meio. Ou até mesmo, indivíduos que vivem em condições climáticas muitas vezes superior as próprias temperaturas aceitáveis ao corpo humano. Como podemos observar, são muitos os mecanismos de equilíbrio encontrados pelo ser humano para manter-se de acordo com o ambiente.
Periodização A importância da periodização do treinamento
Por essa teoricamente fácil adaptação é que, dentro dos esportes, buscamos sempre estímulos diferentes em intensidades diferentes. Em primeira instância, porque isso possibilita o sistema neuromotor do atleta não adaptar-se a um estímulo e, assim, progredir sempre com diferentes formas de estímulos. Em segundo lugar, porque isso é uma maneira preventiva de overtraining e lesões. Saber periodizar o treino é manter-se na intensidade máxima, dentro de padrões aceitáveis pelo corpo. E claramente isso é importante e, faz a diferença.
Se pararmos para analisar o quão é importante a periodização dentro dos esportes, podemos analogicamente comparar a periodização como a massa de um bolo. É justamente ela que promoverá a sustentação do recheio, da cobertura e dos enfeites. Ela é basicamente o alicerce para que tudo isso possa acontecer sem desmoronar. Agora, imagine que um bolo fosse unicamente a massa. Teria tanta graça? Provavelmente não…
[ad#2]Bem, vamos entender primeiramente o que é a periodização, não é mesmo?
Como o próprio nome disse, são períodos montados ou pré-estabelecidos. Dentro desses períodos, encontramos diversos métodos de treinamento e, claro, diversos estímulos diferentes. Assim como, por exemplo, se comermos um ou dois tipos de alimento, ficaremos deficientes por nutrientes, se dermos um único estímulo ao músculo, ele tenderá a acostumar-se também e, ficar carente por resultados (que na verdade é muito conveniente ao corpo).
Acontece que ao falar de periodização grande parte das pessoas acreditam que isso trata-se apenas de mudar o treino. Mudar as séries, distribuição dos exercícios ou até mesmo os exercícios. E, em parte elas não estão erradas. Mas, simplesmente não posso considerar uma periodização um sistema ABC2X por semana que se tornou ABCDE com exercícios diferentes, porém com as mesmas técnicas, o mesmo número de séries, o volume muito parecido… Sinceramente, isso trata-se de mudança de divisão de treino e não periodização, propriamente dita.
Você já reparou em treinamentos de powerlifters? Não, eles não buscam um corpo como nós fisiculturistas, mas, eles buscam resultados dentro da área deles. E para isso, eles precisam progredir, correto? Progressão essa que é feita da que considero a maneira mais inteligente. Não é porque eles são basistas ou atletas de força que eles terão de, necessáriamente treinar com suas 1RM o ano inteiro. Aliás, isso seria suicídio do ponto de vista biomecânico e ortopédico. A sobrecarga, principalmente em regiões específicas, seria absurdamente grande. Além de que, basistas contam com o uso quase que o tempo todo de grupamentos musculares que levam um certo tempo para se recuperar, seja pelo tamanho do grupamento, ou por sua complexidade. É o caso das pernas ou até mesmo da região lombar, por exemplo.
Para os que bem repararam em treinos de basistas, eles realizam periodizações visando os mais diferentes aspectos ao ano: Força máxima, hipertrofia, treinamentos de equilíbrio, treinamentos tencionais, treinamentos com enfoque na fase excêntrica, treinamentos com enfoque na fase excêntrica etc etc etc.
Para nós fisiculturistas, essa periodização não seguirá o mesmo esquema, obviamente. Mas poderíamos entender dentro de um sistema periódicos espaços para força, hipertrofia, diminuição do percentual de gordura, descanso etc etc etc (sim, o descanso TAMBÉM faz parte do treinamento).
Mas é difícil fazer as pessoas entenderem que isso é importante. Além de que grande parte desses “esportistas” ainda julgam o volume muito mais importante do que a intensidade e a qualidade. O resultado é uma grande parcela de lactato, íons de H+ e falta de resultados, do que músculos, propriamente ditos!
Quando falo sobre periodização, muitos acham isso uma grande besteira. E pior: Acreditam ser uma loucura, alguns métodos não convencionais de treinamento, mas, devemos admitir que essas pessoas na verdade não estão é aptas e muito menos de mente aberta para aderir as propostas. Acontece que para uma boa hipertrofia, há necessidade de treinamentos de força. Para que haja força, há necessidade de uma boa musculatura… Para que haja proporção com o restante do corpo, há necessidade de um corpo relativamente definido em com qualidade muscular… E assim por diante…
Mas estou falando, falando… E ainda não disse sobre como pode ser uma periodização dentro do bodybuilding. Entre muitas outras periodizações, podemos tentar a anual, que é a que acho mais coerente e que é adotada por grandes atletas como Evan Centopani, Jonnie Jackson e outros. Basicamente, ela consiste em dividir os anos nas seguintes fases: Força e explosão, força máxima, hipertrofia muscular, redução do percentual de gordura, correção de pontos.
Necessariamente elas não necessitam ter a mesma duração, claro. E também podem entrar em uma adaptação pela qual o atleta preferir, levando em consideração seus fatores biológicos, seus fatores fisiológicos, a data do campeonato…
Fique sempre atento a sua periodização, então. Isso evitará quaisquer tipos de lesões, evitará a adaptação pelo corpo e possibilitará o máximo de performance do corpo como um todo, visando ótimos resultados satisfatórios.
Um exemplo de tipo de periodização dentro da musculação é este: Tipos de Periodização no Treinamento
Bons treinos!
Artigo escrito por Marcelo Sendon

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